10 músicas para conhecer melhor Dimebag Darrell


Hoje, 08 de dezembro de 2014, é um dia triste para os fãs da música. Além de ser o 34º aniversário de morte de John Lennon, também fazem 10 anos que o mundo do heavy metal perdeu "Dimebag" Darrell Abbott, o lendário guitarrista do Pantera, aos 38 anos. E Darrell partiu da mesma forma que o ex-Beatle: assassinado por um fã. A diferença é que Dime estava em cima do palco em Ohio, tocando com o Damageplan, banda que formou após o fim do Pantera com seu irmão, o baterista Vinnie Paul. Poucos segundos após o início do show, Nathan Gale, um fã com sérios distúrbios mentais, atirou contra o guitarrista, matando-o instantaneamente. Várias pessoas subiram ao palco para impedi-lo e também foram mortas: Nathan Braye, outro fã, que assistia ao show, o funcionário do clube Erin Halk e Jeff "Mayhem" Thompson, segurança da banda e amigo pessoal de Dimebag. Cerca de 15 pessoas ficaram feridas pelos disparos, e a polícia agiu rapidamente, matando Gale antes que ele fizesse mais vítimas.

Até hoje os motivos para tal crime são incertos, mas o mais plausível é que Nathan se sentisse extremamente descontente com o fim do Pantera, e sua raiva seria direcionada a todos os membros da banda, podendo ter sido Phil Anselmo ou Rex Brown no lugar de Dimebag. Ele foi enterrado em um caixão do Kiss (uma de suas bandas preferidas), com a guitarra original de Eddie Van Halen, que aparece na capa do álbum Van Halen.

Porém, Darrell não foi esquecido. Como grande fã do Pantera, nada melhor do que prestar minha homenagem aos 10 anos da morte do meu ídolo reverenciando seu trabalho, e fazendo uma lista das 10 músicas que mais representam a carreira dele dentro da banda. É importante frisar que não é uma lista ordenada: é impossível estabelecer uma ordem de preferência quando se gosta tanto de uma banda

"Cowboys from Hell", Cowboys from Hell, 1990
A música mais conhecida da banda foi aquela que apresentou ao mundo a guinada que o Pantera deu em seu som. Com a entrada de Phil Anselmo nos vocais, o som passou de glam metal para o que eles chamaram de "groove metal" - um thrash com linhas mais grooveadas do que o tradicional. "Cowboys from Hell" tem um riff marcante e brutal, e logo de início apresenta a potência de Dimebag, introduzindo a essência do som do grupo ao ouvinte em poucos segundos.

"Primal Concrete Sledge", Cowboys from Hell, 1990
Dona de um riff rápido, "Primal Concrete Sledge" é uma daquelas músicas que você canta as partes da guitarra e não a letra. Isso é receita de um riff bem feito (e de uma letra difícil, claro). Tem uma pegada comum nas músicas do Pantera, o que não a torna menos representativa ou contagiante, pelo contrário - também mostra a proficiência de Vinnie Paul na bateria.

"Cemetery Gates", Cowboys from Hell, 1990
É uma balada. Uma balada de thrash metal, mas ainda assim, é belíssima. A guitarra de Darrell chora enquanto Phil Anselmo está cego pela fé em algum falso deus, e é considerado o segundo solo mais bonito do guitarrista (o primeiro, é claro, é o de "Floods"). São sete minutos de puro feeling.

"Rise", Vulgar Display of Power, 1992
A música mais pesada desse álbum, "Rise" tem um riff de criatividade imensa, e rapidez surpreendente. As influências de hardcore do Pantera ficam bem explícitas nesses momentos mais pesados, dando a entender porque o grupo colocou o heavy metal numa direção bem diferente da qual ele estava fadado - nas palavras de Rex Brown, "quanto mais pop o Metallica ficava, mais pesado o Pantera".

"Hollow", Vulgar Display of Power, 1992
Considero essa uma música profética. É claro que Phil Anselmo não sabia que Dimebag Darrell iria morrer à época, mas fala sobre como lidar com a morte de um amigo querido. Como uma boa balada do Pantera, começa melódica, e termina thrash. A transição entre os dois momentos é uma das coisas mais fantásticas compostas pela banda.

"5 Minutes Alone", Far Beyond Driven, 1994
Direto e reto: é o Pantera chamando você para cinco minutos de porrada. Foi um dos singles de sucesso do álbum, mostrando mais peso, tanto nas letras como nas composições e produção.

"I'm Broken", Far Beyond Driven, 1994
Outro riff pesadíssimo e brutal: Far Beyond Driven foi um prato cheio deles. O último disco no qual o relacionamento da banda ainda não tinha sido afetado pelos problemas com fama e drogas, mostrando o grupo no auge de seu potencial criativo.

"Drag the Waters", The Great Southern Trendkill, 1996
Pesada. Violenta. Com um riff matador. Hipnotizante.

"Floods", The Great Southern Trendkill, 1996
Qualquer lista falando sobre as melhores músicas do Pantera tem que ter "Floods". A melodia saiu de uma fita que Dimebag mandou para sua namorada, Rita, para que ela ouvisse antes de dormir - o solo tinha mais de uma hora de duração. Embora Rita diga que passou a odiar a música depois de ouvi-la com a letra de Phil Anselmo, os fãs ainda sentem em seus corações toda a emoção que ela devia ouvir quando ganhou a fita de Darrell. É um trabalho belíssimo e emocionante, que arrepia a espinha.

"Revolution is my Name", Reinventing the Steel, 2000
Diferentemente da maioria das bandas, cujas melhores músicas estão nas tracklists obscuras de álbuns de estúdio, o Pantera soube escolher trabalhos surpreendentes como singles. As músicas citadas aqui figuram entre singles e sucessos conhecidos do público, mas representam a obra de Darrell com excelência. "Revolution is my Name" foi o penúltimo single lançado pelo grupo, e hoje já figura entre a lista de clássicos.

BÔNUS: "PST 88", Power Metal, 1988
"PST 88" soa como qualquer música do Metallica da época de Kill 'em All, mas seu diferencial está no fato de ser cantada por Darrell. É engraçado avaliar a mudança de som da banda, que em 1988 fazia um som mais inspirado na NWOBHM britânica, no Judas Priest e no que viria a ser thrash metal, e 10 anos depois era a precursora de um gênero totalmente novo.


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